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15 de novembro de 2011

O pai, o filho e uma tal de faculdade

Carlos Eduardo era funcionário publico, um homem honesto e correto, ele era pai de um único filho Zeca, ou Zequinha como era chamado pelos parentes e amigos mais íntimos tinha vinte e dois anos e cursava medicina em uma faculdade particular de sua cidade.
            Todo começo de mês Carlos pagava suas contas em dia, dando prioridade sempre para a faculdade do filho, e sempre era assim no segundo dia útil do mês ele recebia seu dinheiro e pagava a faculdade de Zequinha, e isso já acontecia a três anos.
            Em uma bela segunda-feira, Carlos estava sentado no sofá da sala lendo confortavelmente o jornal, estava se entretendo com o caderno de esportes ate que o telefone da casa começou a tocar, como sempre insistentemente.
            Cansado, pois havia acabado de chegar em casa depois de um longo e cansativo dia de trabalho Carlos foi ate o telefone e o atendeu.
            - Alo.
            - Alo, aqui é da faculdade castelo branco, Zeca Pereira de Aguiar esta?
            - Não, ele saiu, eu sou o pai dele Carlos, tem algum problema com o meu filho? – perguntou Carlos preocupado, será que havia acontecido algo?
            - Bem na verdade sim... – disse uma voz entediada no outro lado da linha – o seu filho não vêem comparecendo as aulas ultimamente...
            Como?! Mas todo dia Carlos ia e pegava o garoto na faculdade! Será que o menino estava cabulando aula? Isso não estava certo, quando Zequinha chegasse eles teriam uma conversa bem seria entre pai e filho, indignado o pai perguntou ao moço no outro lado da linha.
            - Mas a quanto tempo o Zequinha falta as aulas?! O rendimento dele esta caindo?! – perguntou o pai preocupado.
            - Não, não, não se preocupe não senhor o rendimento dele não caiu continua o mesmo – disse a voz do outro lado da linha, Carlos ficou um pouco mais aliviado ao ouvir isso.
            - Ufa, que bom, eu pensei que meu filho estava tendo uma queda nas notas, que bom que eu estava errado.
            - Não precisa se preocupar não senhor, porque nota negativa ainda não existe, não tem como ele tirar menos que zero.
            Carlos quase deixou o telefone cair com o susto, o que ZERO?!?
            - Espere... moço.. explique isso direito... – pediu Carlos tão pálido quanto uma folha de papel – como é essa historia de zero?!?
            - Pois é seu Carlos, seu filho não vem a aula já fazem dois anos, ele é mais um dos nossos “alunos-fantasmas”! – disse o moço com um tom animado.
            Dessa vez Carlos realmente deixou o telefone cair no chão, uma mistura de raiva, decepção, frustração e tristeza se apoderou do coração do pai.
            - I..isso não é possível! Porque ninguém me ligou antes?! – perguntou Carlos enfurecido pegando o telefone que havia caído.
            - Ah senhor essa é fácil, a mensalidade era paga todo mês então para nos estava tudo bem... o problema é que agora apareceram umas novas regras, então temos que ficar ligando para as casas dos alunos que apresentam algum problema... eu já liguei para cinco alunos-fantasmas só hoje.
            Carlos ficou indignado, gritou e reclamou com o funcionário mas nada adiantou, no final ele desligou o telefone inconformado, ele se sentou no sofá de sua casa e esperou ate seu filho chegar.
            Zequinha chegou em casa as oito da noite, Carlos foi logo se levantando e gritando com o filho.
            - Zeca! Hoje me ligaram da faculdade e sabe o que disseram?! QUE VOCÊ NÃO VAI A AULA JÁ FAZEM DOIS ANOS!!!
            - Po, esse povo da faculdade são os maior dedo-duro!! – disse o jovem em tom descontraído – esquenta não pai, você se estressa com cada besteira!!
            E dito isso o garoto foi para o seu quarto, trancou a porta, ligou seu som nas alturas e foi jogar no seu videogame.

2 comentários:

  1. Um bom assunto para se fazer cr
    onica. Um playboy filhinho de papai que, como já cantou gabriel o pensador, tem um cachorro e imita o que ele faz.

    D. M. Lima

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  2. Verdade David, obrigado pelo comentário, esta cronica é apenas uma das varias que eu pretendo fazer.

    Também tentei me aventurar em escrever poesias mas isso é demais para mim hauhau, como já disse Clarisse Lispector:

    "Que ninguém se engane,
    só se consegue a simplicidade através de muito trabalho."

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